segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Novas Tecnologias


Possibilidades didáticas para um ensino construtivista



(por Pamela Niero com colaboração e discussão de Alexandre Caetano e Lilian de Timóteo)




tecnologias2Novas tecnologias são amigas ou inimigas? Quais delas eu posso utilizar? Qual a melhor forma de utilizar esses novos recursos? Você alguma vez deve ter se perguntado isso. Essas e outras perguntas semelhantes fazem parte dos novos dilemas do professor moderno.


Crianças e jovens têm acesso cada vez mais rápido ao computador, à internet, às câmeras digitais, aos tocadores de mp3 e a outros recursos tecnológicos. Com o avanço tecnológico é necessário um novo olhar para as ferramentas intermediárias do processo de ensino e aprendizagem. Lousa, cuspe e giz cedem lugar para ambientes virtuais, redes sociais, blogs e fóruns.


No artigo “Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologia”, o professor José Manuel Moran chama atenção para as possibilidades dos novos recursos tecnológicos, frisando principalmente as mudanças na relação professor-aluno, tempo-espaço e individualidade X coletividade.


MoodleCom os blogs, grupos, fóruns e até os ambientes virtuais o conceito de aula muda e a sala de aula ganha uma extensão, que pode ser acessada a qualquer hora em qualquer lugar, servindo de ponto de encontro entre o professor e o aluno. Neste novo “point” pedagógico, o professor tem a possibilidade de disponibilizar material extra para os alunos, além de estar “presente” 24 horas com os alunos


O espaço de trocas de conhecimento aumenta e o processo de comunicação inova. Chats, e-mails possibilitam o professor a tirar dúvidas a qualquer momento, além de orientar virtualmente pesquisas e atividades, como nos chamados Webquests, que possibilitam aos alunos trabalharem como pesquisadores. O papel do professor fica em orientar os alunos na construção do conhecimento.


As novas tecnologias tornam o processo de comunicação mais participativo (incentivado cada vez mais o trabalho coletivo de alunos e professores) e conseqüentemente a relação do professor com o aluno mais aberta e interativa, além de possibilitar integrar a comunidade nos projetos.


Para que isso aconteça, é necessário que o professor saiba aproveitar o que há de melhor no ensino presencial e no ensino a distância, sempre atrelando as novas tecnologias ao currículo. Existem várias ferramentas na Web, o professor deve buscar conhece-las e descobrir formas criativas de utilizá-las.


Ferramentas on-line


Se você pensa que novas tecnologias se resumem a utilização de “power point” e ferramentas de uso off-line (jogos, paint, movie maker e pacote Office) em sala de aula, conheça agora algumas ferramentas e as possibilidades que elas apresentam para ajudar no processo de ensino e aprendizagem.


Ambientes virtuais: São como salas de aula on-line que possibilitam ao professor colocar o conteúdo (aula) em textos, administrar atividades e avaliações. Os ambientes virtuais mais conhecidos são o blackboard e modle.



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Grupos: Atualmente existem dois tipos de grupos – os on-line e os off-line. Os grupos off-line são grupos de e-mails, como o Yahoo Groups ou Google groups, que une várias pessoas em um único endereço de e-mail, o que torna possível à troca de mensagens entre os membros de um mesmo grupo. Nos grupos on-line a diferença está no momento em que ocorre a interação. Os membros do grupo não precisam acessar os e-mails para ler as mensagens, mas ficar on-line nos “Messengers” (aplicativo de mensagens instantâneas, como MSN) para que comece a troca de mensagens.


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Redes sociais: As redes sociais permitem a divulgação de trabalhos, participação em fóruns e a união de pessoas com um mesmo interesse. Podemos citar o orkut, facebook e a sensação do momento – o twitter.


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Ferramentas de publicação na web e compartilhamento de arquivos: As páginas na web e os blogs possibilitam a publicação de trabalho dos alunos, como forma de motivação, além de permitir disponibilizar textos, imagens, sons e animações para os alunos. Podemos citar o You Tube (para vídeos), o Wordpress (para páginas e blogs) e o Open Journal system (para criação de jornais e revistas). Outra ferramenta excelente para compartilhamento de arquivos de forma “estática” (ou seja, que não necessitam que o usuário que disponibiliza esteja conectado) são os chamados discos armazenagem virtual. Os mais conhecidos são o 4shared (que funciona como uma HD virtual compartilhada), o eSnips e o Rapidshare (que armazena um arquivo sem a necessidade de cadastro).


4shared



Ferramentas para pesquisa: Possibilitam ao professor e ao aluno pesquisar em revistas e outros documentos informações precisas, como é o caso do Google e do Bing (ferramenta de busca da Microsoft).


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Ferramentas de construção colaborativa: Quer construir conhecimento com os seus alunos? Que tal utilizar o Wikispaces? Essa ferramenta possibilita os alunos adicionarem dados, textos, tal como a Wikipedia (enciclopédia construída com informações adicionadas por usuário). A vantagem é que uma turma pode ter seu próprio espaço “Wiki”. Outra possibilidade “Wiki” são os indexadores de blog, no qual os principais artigos ou “posts” publicados pelos alunos ou professores em seus blogs pessoais ficam disponíveis numa única página com um hiperlink para ler na íntegra o documento. Aqui podemos destacar o Blogagem coletiva.


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Rádios on-line: Alguma vez você já ouviu o termo podcast? Podcast são rádios on-line com programações pequenas, de no máximo 5 minutos. Você e seus alunos podem criar rádios e publica-las on-line, além de unir várias rádios nos agregadores de podcasting (iguais aos indexadores de blogs). Quer conhecer? Visite então a Podcast One.


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Esses são alguns exemplos além das ferramentas “off-line”. Procure explorar as possibilidades dessas e outras tecnologias e conhecer novas para tornar sua aula mais dinâmica.


Sugestões para utilizar algumas ferramentas


Esqueça todas aquelas desculpas clichês e barreiras tão conhecidas e veja como é simples usar as tecnologias na sala de aula. Criamos algumas dicas simples, sem custo e que podem ajudar a utilizar diversas ferramentas.


Revisão textual colaborativa: Esta atividade pode ser aplicada tanto para o ensino de língua portuguesa, quanto para o ensino de língua estrangeira. Como atividade extraclasse, sugira que os alunos organizem-se em grupos e crie um grupo de e-mails (yahoo groups). Selecione produções textuais de alguns alunos e envie para o grupo corrigir. Peça que eles enviem e-mails para o grupo apontando os erros e discutindo o erro (o motivo do erro) e as sugestões para melhorar o texto. Desta forma você estará instigando o grupo a pensar a língua.


Webquest, Teatro on-line e Wikispaces: Sugira uma leitura prévia da obra “A farsa de Inês Pereira” de Gil Vicente. Oriente uma pesquisa sobre o autor e sobre a obra. Sugira aos alunos que assistam a peça disponível no site do “Centro de Investigações para Tecnologias Intectivas” do departamento de ciências sociais e humanas da Universidade de Lisboa (http://www.citi.pt/gilvicenteonline/html/farsa/frameset_farsa.html). Para a produção do trabalho final, peça que os alunos organizem artigos ou resenhas sobre a peça e publiquem o resultado da pesquisa e o texto produzido em Wikispaces ou em um blog da turma.


Podcast de literatura: (Adaptado da revista Nova Escola) Explique inicialmente a proposta e o funcionamento de um podcast, mostre alguns podcasts para os alunos para que eles se familiarizem com a tecnologia. Sugira a leitura de uma obra e a investigação da vida do autor. Após a coleta dos dados, selecione com os alunos as informações principais, o gênero (como entrevista) e montem um roteiro para o rádio (podcast). Ensaie o programa, grave (utilizando programas como o Audacity, “gravador de voz do windows” ou outro programa de sua preferência) e publique o podcast, disponibilizando ele para a comunidade (é possível inclusive colocar um hiperlink no blog da turma para que todos acessem o podcast). Uma outra forma de variar essa atividade, é criar documentários com câmeras digitais, filmadoras digitais (ou de celular), editar com o Windows Movie Maker e publicar.


Vale ressaltar que todos os processos para a criação de um produto final através de mídias digitais transitam por diversos gêneros textuais, bastando apenas criatividade e boa vontade do professor.


Pensar em um ensino totalmente a distância ainda é ilusório, mesmo nas previsões otimistas do professor José Manuel Moran, pois exigem uma nova postura do aluno, mas trazer as tecnologias como recursos didáticos é mais que possível!


Saiba mais!


Busque sempre se atualizar sobre o que está acontecendo no mundo tecnológico. Revistas e sites especializados são uma boa pedida. Uma boa revista é a INFO (http://info.abril.com.br/).


Leia também:






NOTA DO AUTOR: O texto reproduzido aqui é de minha autoria e foi produzido a partir de debates sobre o assunto com Alexandre Caetano e Lilian de Paula. Foi produzido originalmente para ser enviado para a turma do curso de práticas e vertentes do ensino e publicado no blog "Glossolalia", que mantenho com dois grandes amigos.

sábado, 29 de agosto de 2009



Pensar em educação, leva-nos a pensar em diferentes funções que ela pode execer na sociedade.


Entre elas se destaca uma , que considero fundamental "a capacidade de transformação " pois na vida há contínuo processo de aprendizagem.


O compromisso do professor nesta missão, é respeitar os estágios e processos que ocorrem nesta construção, como facilitador, orientador e principalmente agente criador de reflexão sobre a prática.


Lilian Timóteo