terça-feira, 27 de setembro de 2011

AMADURECIMENTO DE DISCUSSÃO...


Informática Na Educação : Possibilidades Didáticas Para um Ensino Construtivista

POR       LILIAN TIMÓTEO
RESUMO

Este artigo tem por objetivo explicitar a análise bibliográfica do trabalho desenvolvido nos laboratórios de informática nas escolas, visando estratégias que torne essa prática um instrumento efetivo de estímulo a criação, pensamento e reflexão ao aluno. Nesse eixo, viabilizaremos as considerações do grupo relacionadas ao uso da informática e alguns de seus benefícios para o setor educacional, como por exemplo, maior interação entre o aluno/professor/computador. Mediante esta realidade foi possível observar através de análises bibliográficas que as escolas e também o corpo docente, sentiram a necessidade de rever os conceitos e posturas adotados em sua prática pedagógica, observados os interesses desses frente a essa ferramenta como disparador dos conteúdos pedagógicos. Os avanços tecnológicos proporcionaram sua democratização, seja no contexto escolar, social ou familiar.   


Palavras – chave: Informática – educação - Recursos pedagógicos- tecnologia - computador - aprendizagem.


A informática já faz parte da rotina das pessoas, que não têm como fugir dessa realidade. Em alguns ambientes como empresas e comércios e até mesmo em casa o computador já tem papel indispensável, pois através dele se tem um rápido e eficiente acesso e armazenamento de dados, agilidade e precisão de informações, facilidade na obtenção de referência e comunicação com pessoas de todo mundo.
Logo não poderia faltar à informática na área da educação, hoje várias escolas já incluem em suas atividades pedagógicas o uso do computador, mas infelizmente inúmeras instituições não conseguiram implementar no seu cotidiano escolar o uso das novas tecnologias devido a problemas que vão desde infra-estrutura até problemas de ordem cultural.
Muitas escolas oferecem informática em todos os níveis de aprendizagem, incluindo a educação infantil onde as crianças possuem faixa etária de 0 a 6 anos. Mas será que essas escolas estão estruturadas de maneira a fazer uso correto das novas tecnologias? E os professores estão capacitados para proporcionar aos alunos uma aprendizagem produtiva na aula de informática? Mesmo que seja extremamente válido o uso do computador em sala de aula, não deveria haver por parte da escola e dos professores um preparo para a realização de trabalhos eficazes com a implantação da informática?
Tendo em vista essas questões, este trabalho tem a intenção de apresentar a visão da escola diante desse novo aspecto. Por conseguinte, alguns pontos positivos e negativos encontrados no uso da informática na educação; na capacitação de professores; e na utilização de recursos que o próprio computador possui, por parte dos docentes, para se adequar à didática que será aplicada nas aulas.

1.    PERCURSO HISTÓRICO DA INFORMÁTICA NO BRASIL


      A utilização de computadores na educação brasileira já era pensada na década de 1970. A Secretaria Especial de Informática – SEI, órgão executivo do Conselho de Segurança Nacional da Presidência da República, foi criada para incentivar a informatização nos diversos setores da sociedade e resolver os problemas da carência tecnológica e científica no Brasil. Segundo: MEC/Secretaria de Educação a Distância).
      Para promover o desenvolvimento tecnológico do país era necessário capacitar a comunidade científica e tecnológica. Por isso, formou-se uma comissão que iria propor ações de regulamentação da política de utilização da tecnologia de informática na educação como objetivo de melhorar a qualidade da educação brasileira (REIS, 2001).
      Em 1981, foi realizado o I Seminário Nacional de Informática na Educação na Universidade de Brasília. Os especialistas recomendavam que as atividades de Informática na educação deveriam levar em conta os aspectos culturais, sociais, políticos e pedagógicos da realidade brasileira. Segundo: MEC/ Secretaria de Educação a Distância).
      Em 1982, o MEC, SEI e o CNPq promoveram, na Universidade Federal da Bahia, o II Seminário Nacional de Informática na Educação, com o objetivo de reunir novos enfoques da educação, da psicologia, da informática e da sociologia para fundamentar a criação de projetos-piloto e viabilizar as aplicações do computador em todas as modalidades do ensino: do Ensino Fundamental até o superior.
      A partir de 1982, o Ministério da Educação – MEC assumiu o compromisso de viabilizar a implantação de projetos de estudos e pesquisas sobre o uso de computadores na educação brasileira e criou o Centro de Informática do MEC – Cenifor, ligado à Fundação Centro Brasileiro da TV Educativa – Funtevê, atualmente Fundação Roquete Pinto. Dessa iniciativa, foi aprovada, somente em 1983, a implantação do projeto EDUCOM – Educação com Computador – o Projeto Brasileiro de Informática na Educação. Era a proposta oficial, financiada pelo Ministério da Educação, para levar computadores às escolas públicas brasileiras, com o objetivo de incorporar a informática educativa no processo de ensino aprendizagem. Segundo: MEC/ Secretaria de Educação a Distância).
      As atividades dos centros-piloto do Projeto Educom foram realizadas em cinco universidades que firmaram convênio, somente em 1985, com a Funtevê/MEC: as Universidades Federais do Rio Grande do Sul - UFRGS, Pernambuco – UFPE, Minas Gerais – UFMG, Rio de Janeiro – UFRJ e Universidade Estadual de Campinas – Unicamp. Mas as alterações que ocorreram na administração federal, com o fim do regime militar, em 1985, provocaram mudanças na administração da Funtevê/MEC e os centros-piloto do Projeto Educom foram prejudicados pela elevada inflação da época e pelos atrasos dos repasses de verbas. Além das dificuldades financeiras, havia também disputas internas que ameaçavam paralisar a pesquisa para beneficiar o mercado de software educacional, provocando, em vários momentos, a descontinuidade do projeto.
      A partir de 1986, novos recursos foram designados para a pesquisa, como o 1º Congresso Nacional de Software Educativo e a implementação do projeto Formar, operacionalizado em dois cursos de especialização, realizados na Unicamp, em 1987 e 1989, com a finalidade de reunir e capacitar os professores indicados pelas secretarias estaduais de Educação e das escolas técnicas federais. Destas ações, surgiram os Centros de Informática Educativa – CIEds em diferentes estados do Brasil, nos períodos de 1988 e 1989. O MEC iniciou as atividades de capacitação dos professores dos sistemas estaduais do ensino público, feito pelo Projeto FORMAR, oferecido pela Unicamp. Os professores capacitados deveriam implantar um Centro de Informática Educativa – o CIEd, junto à Secretaria de Educação, mediante o apoio técnico e financeiro do Ministério da Educação, com o objetivo de preparar recursos humanos. Cada CIEd deveria formar equipes interdisciplinares de educadores, técnicos e monitores para atender alunos e professores de educação básica, educação especial e a comunidade em geral. Os CIEds funcionavam como centros irradiadores e multiplicadores da utilização da tecnologia de informática nas escolas públicas brasileiras. Segundo MEC/Secretaria de Educação a Distância).
      Atualmente, o projeto que atende a informática no Brasil é o ProInfo que é o Programa Nacional de Informática na Educação ele foi criando pela Portaria nº 522/MEC, de 09 de abril de 1997, com a função de promover o uso pedagógico da informática na rede pública de ensino fundamental e médio.É necessário ressaltar que a partir do momento em que o governo brasileiro decidiu implantar a informática educativa no país, já havia algumas preocupações em saber como esta nova tecnologia seria utilizada, partindo do principio que ela seria um meio auxiliar no processo ensino-aprendizagem, e para que isso realmente funcionasse era preciso que os professores passassem por uma capacitação, para lidarem com a informática educacional, e isto é um problema que ainda hoje faz parte da nossa realidade. Segundo: MEC/ Secretaria de Educação a Distância).

      O termo Software Livre tem ocupado lugar de destaque nas pesquisas sobre tecnologia e educação. Mas afinal, o que é Software Livre?
      Software Livre (Free Software) é o software disponível com a permissão para qualquer um usá-lo, copiá-lo e distribuí-lo, seja na sua forma original ou com modificações, seja gratuitamente ou com custo. Em especial, a possibilidade de modificações implica em que o código fonte esteja disponível. Se um programa é livre, potencialmente ele pode ser incluído em um sistema operacional também livre.
      É importante não confundir software livre com software grátis porque a liberdade associada ao software livre de copiar, modificar e redistribuir independe de gratuidade. Existem programas que podem ser obtidos gratuitamente, mas que não podem ser modificados, nem redistribuídos.
      Segundo a filosofia free software, a característica mais importante é a liberdade de usar, copiar, modificar e redistribuir.
      A educação é o setor para diversos especialistas, que oferecerá maior potencial de crescimento nos próximos anos. A iniciativa privada vem explorando diversas possibilidades nesta área, estabelecendo parcerias e lançando raízes em um mercado em expansão e com necessidades nas mais diversas áreas, desde a educação formal a cursos profissionalizantes. O uso do computador na educação seja em cursos totalmente à distância como naqueles onde o computador é apenas um item a mais, propiciando melhor acesso a professores, material didático e outras atividades, é sem dúvida algo imprescindível.
      O software livre, embora não seja uma solução universal, pode contribuir significativamente para a disseminação e uso em larga escala de soluções eficientes e de baixo custo para a educação à distância e mediada por computador. A quantidade de relatos de usos bem sucedidos do software livre em escolas é prova da viabilidade desta alternativa. Apesar do preconceito em geral contra o emprego de soluções baseadas em software livre para a educação em geral, os casos de sucesso são numerosos e representam uma prova eloqüente de sua viabilidade.
O primeiro ponto observado durante esta pesquisa foi que as escolas[1] fazem uso dos recursos computacionais de formas distintas.
Em algumas escolas, embora com poucos computadores, a utilização se dá como suporte às disciplinas, porém como os professores não estão capacitados para tal e, em muitos casos, não sabem como aplicar os recursos computacionais aos conteúdos de suas disciplinas, a informática acaba sendo pouco utilizada.
Já em outras, a informática está presente como uma disciplina independente das demais, que tem por objetivo repassar conhecimentos sobre o computador e sua utilização, sem muita relação com conteúdos e práticas de ensino.
A maior parte dos professores consultados considera que o computador é um importante recurso na formação dos alunos na sociedade atual e este mesmo público reconhece que o computador facilita o acesso à informação por parte dos alunos, mas uma parte deles utiliza o laboratório de informática em suas aulas, embora outros tenham afirmado que as escolas estimulam o uso da informática nas disciplinas.
É importante destacar que os professores, reconheceram que devem estar mais bem qualificados para utilizar os recursos computacionais em sala de aula. Afirmaram nunca ter participado de treinamento para a utilização da informática na educação e manifestaram interesse em participar deste tipo de treinamento.
O ensino está voltado, em boa parte, para o lucro fácil, aproveitando a grande demanda existe, com um discurso teórico (documentos) que não se confirma na prática. Há um predomínio de metodologias pouco criativas; mais marketing do que real processo de mudança.
É importante procurar o ensino de qualidade, mas conscientes de que é um processo longo, caro e menos lucrativo do que as instituições estão acostumadas. (Moran, p,1994)

Com relação aos alunos, a maioria deles possui computador em casa e possuem grande habilidade em, acessar, por exemplo, sites de relacionamento, no entanto, afirmam não ter aprendido a usar o computador na escola. Esse fator contribui para que o computador seja uma ferramenta de mero entretenimento e por isso, o aluno não se sente atraído pelas propostas realizadas durante as aulas de informática.
Quando a Informática Educativa é bem planejada e implantada, a criança só tem a ganhar ao trabalhar com jogos, ou qualquer outro tipo de software que lhe dê possibilidades de aprofundar, reelaborar, ou até iniciar a construção de um conhecimento inserido em um contexto que respeite o seu processo de desenvolvimento e, por conseguinte esteja em consonância com os objetivos próprios da escola (ZACHARIAS, 2005).
A Informática na Educação significa a inserção do computador no processo de ensino dos conteúdos curriculares de todos os níveis e modalidade. Mas a inserção não é simplesmente a instalação dos computadores nas unidades de ensino. Para que seja usado de forma útil ao processo é necessário que o professor possua uma sólida formação docente e que sua ação educativa tenha como referência uma programação didática precisa e eficaz.
Para garantir o êxito da incorporação do recurso informático como instrumento útil para a atividade intelectual, criativa e profissional, é preciso que se garanta uma capacitação do docente não somente em nível técnico, como também, e fundamentalmente, pedagógico. O professor precisa apropriar-se da tecnologia em função de seus interesses profissionais, e assim situar-se, avaliar e planejar sua aplicação em aula.
Em meio ao cenário tecnológico em que se encontra o profissional docente, as atuais discussões e políticas públicas na área de informática (na educação) têm considerado o professor como um componente fundamental para o processo de introdução do computador no cotidiano do ensinar e aprender, mas na prática pouco se tem feito.
Um problema muito comum que temos visto na maioria das escolas é a utilização do computador como um simples meio de transmissão do conhecimento, no qual o professor mantém a mesma prática pedagógica adotada numa sala de aula. Assim, o computador acaba sendo usado simplesmente para informatizar os processos de ensino já existentes e não acrescenta nada de novo ao aluno. Para esse tipo de atividade não há a necessidade de grandes investimentos em cursos para professores, pois não é necessário nada além de conhecimentos no nível de “usuário comum” para que se possam aplicar essas atividades, e os resultados a partir desta abordagem são bastante pobres, pois não se acrescenta nada além do que se pode ter em uma sala de aula comum, e os alunos têm que se preocuparem tanto com a atividade quanto com o manuseio do computador, sendo que com isso o perderá tempo e o foco do conteúdo.
O fato de existir um laboratório de informática não é o problema, e sim na forma, na finalidade com que ele está sendo utilizado e quem está utilizando. A idéia de que bastava colocar o aluno em contato com o computador e todos os problemas de aprendizagem desse aluno desapareceriam não se concretizou. Em alguns casos percebe-se certa insatisfação e frustração, tanto da direção e dos professores quanto dos próprios discentes. As escolas não estão encontrando formas de reverter essa situação e frente à frustração procurarão recorrer à substituição dessa tecnologia por outra mais recente, na qual, novamente, irão ser depositadas todas as esperanças (prática que vem tornando-se comum na educação).
O desenvolvimento cognitivo é um processo equilibrado no qual o crescimento intelectual está intimamente vinculado, como já visto no capitulo dois, ao desenvolvimento e crescimento dos aspectos afetivos e sociais que em hipótese alguma podem ser colocados em segundo plano pela ênfase dada a aspectos estritamente cognitivos ou até mecanicistas. Em referência a isso Theodore Roszak, diz:
"Informação não é conhecimento. Você pode produzir dados primários em massa e incríveis quantidades de fatos e números. Mas não pode fazer produção em massa de conhecimento, que é criado por mentes individuais, separando o significativo do irrelevante, realizando julgamentos de valor.”.
Infelizmente, o que vemos em muitas escolas, é o aluno na "aula de computação" colorindo desenhos prontos na tela como os antigos mimeografados, utilizando joguinhos que o punem quando não acerta alguma atividade em um determinado número de vezes, deixando-o, por exemplo, sem saber o fim da estória; repetindo incontáveis vezes um movimento com o mouse, quando ainda não tem o controle motor necessário.
Enfim, o aluno tem que ser “adestrado” para aprender "computação", como um fim em si mesmo, sem nenhum relacionamento com outras atividades realizadas na escola. O computador, como o livro ou qualquer outro material didático que usamos, é apenas e tão somente um meio, que inúmeras vezes traz mais problemas do que soluções.
Qualquer instrumento de ensino, desde o mais simples até o mais altamente elaborado, depende de quem o usa e de como isso é feito. Cabe ao professor a responsabilidade de diversificar a abordagem de seu componente curricular, mas para isto também é necessário que ele, professor, saiba fazer e quando fazer.
Espera-se que o docente, na sala de aula, promova a interação entre a informática e a sua disciplina e, por meio dessa interação, proporcione aos alunos o acesso às novas informações e experiências, de modo que aprendam efetivamente, e que sejam críticos diante das informações e do conhecimento promovido por meio da tecnologia.
Diante dessas demandas surgidas como fica o papel do professor? Como ele se sente diante da necessidade de aprender a trabalhar com um elemento que não fez parte de sua formação acadêmica e nem tão pouco de sua geração? Quais os seus sentimentos? Quais são suas preocupações?
Assim sendo, é importante que em um processo de formação em informática na educação o professor seja concebido não apenas como um profissional, mas como uma pessoa que tem sentimentos e reações diversas diante do computador.
Pouco se faz, na prática, com os professores para mostrar lhes quais seriam os caminhos mais produtivos para o uso da tecnologia no processo educativo. Com isso, vem à tona uma questão que deve ser criteriosamente refletida por todos os educadores e que diz respeito à forma como esses recursos têm sido utilizados.
No entanto, para que haja uma perspectiva de ensino construtivista, onde o aluno se interesse e cresça cognitivamente através de estímulos ocasionados por ferramentas populares que numa perspectiva futura será para o aluno um apoio didático, veja nos próximos dois capítulos algumas dicas de possibilidades didáticas para um ensino construtivista, realizada a partir de uma análise dos textos de José Manuel Moran. 



          Novas tecnologias são amigas ou inimigas? Quais delas eu posso utilizar? Qual a melhor forma de utilizar esses novos recursos? Você alguma vez deve ter se perguntado isso. Essas e outras perguntas semelhantes fazem parte dos novos dilemas do professor moderno.   
     
         Crianças e jovens têm acesso cada vez mais rápido ao computador, à internet, às câmeras digitais, aos tocadores de mp3 e a outros recursos tecnológicos. Com o avanço tecnológico é necessário um novo olhar para as ferramentas intermediárias do processo de ensino e aprendizagem. Lousa, cuspe e giz cedem lugar para ambientes virtuais, redes sociais, blogs e fóruns.
          
No artigo “Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologia”, o professor José Manuel Moran chama atenção para as possibilidades dos novos recursos tecnológicos, frisando principalmente as mudanças na relação professor-aluno, tempo-espaço e individualidade X coletividade.

         Com os blogs, grupos, fóruns e até os ambientes virtuais o conceito de aula muda e a sala de aula ganha uma extensão, que pode ser acessada a qualquer hora em qualquer lugar, servindo de ponto de encontro entre o professor e o aluno. Neste novo “point” pedagógico, o professor tem a possibilidade de disponibilizar material extra para os alunos, além de estar “presente” 24 horas com os alunos.

       O espaço de trocas de conhecimento aumenta e o processo de comunicação inova. Chats, e-mails possibilitam o professor a tirar dúvidas a qualquer momento, além de orientar virtualmente pesquisas e atividades, como nos chamados Webquests, que possibilitam aos alunos trabalharem como pesquisadores. O papel do professor fica em orientar os alunos na construção do conhecimento.

  As novas tecnologias tornam o processo de comunicação mais participativo (incentivado cada vez mais o trabalho coletivo de alunos e professores) e conseqüentemente a relação do professor com o aluno mais aberta e interativa, além de possibilitar integrar a comunidade nos projetos.

        Para que isso aconteça, é necessário que o professor saiba aproveitar o que há de melhor no ensino presencial e no ensino a distância, sempre atrelando as novas tecnologias ao currículo. Existem várias ferramentas na Web, o professor deve buscar conhecê-las e descobrir formas criativas de utilizá-las, explanaremos algumas no capítulo seguinte. 

5.    OPÇÕES DE FERRAMENTAS ON-LINE COMO RECURSOS DIDÁTICOS DE ENSINO

Pensar em tecnologias como se as mesmas se resumissem a utilização de “power point” e ferramentas de uso off-line (jogos, paint, movie maker e pacote Office) em sala de aula, é desconhecer excelentes ferramentas e as possibilidades que elas apresentam para ajudar no processo de ensino e aprendizagem.

          Ambientes virtuais: São como salas de aula on-line que possibilitam ao professor colocar o conteúdo (aula) em textos, administrar atividades e avaliações. Os ambientes virtuais mais conhecidos são o blackboard e modle.

          Grupos: Atualmente existem dois tipos de grupos – os on-line e os off-line. Os grupos off-line são grupos de e-mails, como o
Yahoo Groups ou Google groups, que une várias pessoas em um único endereço de e-mail, o que torna possível à troca de mensagens entre os membros de um mesmo grupo. Nos grupos on-line a diferença está no momento em que ocorre a interação. Os membros do grupo não precisam acessar os e-mails para ler as mensagens, mas ficar on-line nos “Messengers” (aplicativo de mensagens instantâneas, como MSN) para que comece a troca de mensagens.

         Redes sociais: As redes sociais permitem a divulgação de trabalhos, participação em fóruns e a união de pessoas com um mesmo interesse. Podemos citar o
orkut, facebook e a sensação do momento – o twitter.

         Ferramentas de publicação na web e compartilhamento de arquivos: As páginas na web e os blogs possibilitam a publicação de trabalho dos alunos, como forma de motivação, além de permitir disponibilizar textos, imagens, sons e animações para os alunos. Podemos citar o You Tube (para vídeos), o Wordpress (para páginas e blogs) e o Open Journal system (para criação de jornais e revistas). Outra ferramenta excelente para compartilhamento de arquivos de forma “estática” (ou seja, que não necessitam que o usuário que disponibiliza esteja conectado) são os chamados discos de armazenagem virtual. Os mais conhecidos são o 4shared (que funciona como uma HD virtual compartilhada), o eSnips e o Rapidshare (que armazena um arquivo sem a necessidade de cadastro).

         Ferramentas para pesquisa: Possibilitam ao professor e ao aluno pesquisar em revistas e outros documentos informações precisas, como é o caso do
Google e do Bing (ferramenta de busca da Microsoft).
          
           Ferramentas de construção colaborativa: Quer construir conhecimento com os seus alunos? Que tal utilizar o
Wikispaces? Essa ferramenta possibilita os alunos adicionarem dados, textos, tal como a Wikipedia (enciclopédia construída com informações adicionadas por usuário). A vantagem é que uma turma pode ter seu próprio espaço “Wiki”. Outra possibilidade “Wiki” são os indexadores de blog, no qual os principais artigos ou “posts” publicados pelos alunos ou professores em seus blogs pessoais ficam disponíveis numa única página com um hiperlink para ler na íntegra o documento. Aqui podemos destacar o Blogagem coletiva.

          Rádios on-line: Alguma vez você já ouviu o termo podcast? Podcast são rádios on-line com programações pequenas, de no máximo 5 minutos. Você e seus alunos podem criar rádios e publica-las on-line, além de unir várias rádios nos agregadores de podcasting (iguais aos indexadores de blogs). Quer conhecer? Visite então a
Podcast One.

              Esses são alguns exemplos além das ferramentas “off-line”. Procure explorar as possibilidades dessas e outras tecnologias e conhecer novas para tornar sua aula mais dinâmica.


           É necessário evitar dogmas, como por exemplo,  aquelas desculpas clichês e barreiras tão conhecidas e verificar como é simples usar as tecnologias na sala de aula. Existem percursos simples, sem custo e que podem ajudar a utilizar diversas ferramentas.

           Revisão textual colaborativa: Esta atividade pode ser aplicada tanto para o ensino de língua portuguesa, quanto para o ensino de língua estrangeira. Como atividade extraclasse, sugerir que os alunos organizem-se em grupos e criem um grupo de e-mails (yahoo groups). Selecione produções textuais de alguns alunos e envie para o grupo corrigir. Peça que eles enviem e-mails para o grupo apontando os erros e discutindo o erro (o motivo do erro) e as sugestões para melhorar o texto. Desta forma você estará instigando o grupo a pensar a língua.

          Webquest, Teatro on-line e Wikispaces: pode-se sugerir  uma leitura prévia da obra “Pluft, o fantasminha de Maria Clara Machado. Em seguida será necessária uma orientação de uma pesquisa sobre a autora e sobre a obra. Seguida de sugestão aos alunos que assistam a peça disponível no site do “
Centro de Investigações para Tecnologias Intectivas” do departamento de ciências sociais e humanas da Universidade de Lisboa. Para a produção do trabalho final, peça que os alunos organizem artigos ou resenhas sobre a peça e publiquem o resultado da pesquisa e o texto produzido em Wikispaces ou em um blog da turma.

          Podcast de língua portuguesa: (Adaptado da revista
Nova Escola) seguido de explicaçãoinicial sobre a proposta e o funcionamento de um podcast, será importante que sejam apresentados alguns podcasts para os alunos para que eles se familiarizem com a tecnologia. Sugestão de leitura de uma obra e a investigação da vida do autor. Após a coleta dos dados, selecione com os alunos as informações principais, o gênero (como entrevista) e montem um roteiro para o rádio (podcast). Ensaie o programa, grave (utilizando programas como o Audacity, “gravador de voz do windows” ou outro programa de sua preferência) e publique o podcast, disponibilizando ele para a comunidade (é possível inclusive colocar um hiperlink no blog da turma para que todos acessem o podcast). Outra forma de variar essa atividade é criar documentários com câmeras digitais, filmadoras digitais (ou de celular), editar com o Windows Movie Maker e publicar.

          Vale ressaltar que todos os processos para a criação de um produto final através de mídias digitais transitam por diversos gêneros textuais, bastando apenas criatividade e boa vontade do professor.

A partir da análise das trocas de experiência com professores e alunos foi possível identificar influências positivas da utilização da informática nas escolas; dentre as respostas mais relevantes podem-se destacar as seguintes considerações:
· A facilidade de aquisição de novos conhecimentos;
· Melhora no aprendizado através da aplicação prática do conteúdo previamente desenvolvido em sala de aula;
· A aprendizagem ocorre de forma interativa e divertida, de modo diferente do convencional, despertando, assim, maior interesse;
· Maior rendimento das aulas;
· Estímulo ao aprendizado;
· Aumento da compreensão dos conteúdos desenvolvidos;
· Praticidade na realização de trabalhos e pesquisas com auxílio da internet, colaborando também na realização de trabalhos em grupo;
· O despertar da curiosidade e criatividade dos alunos através da utilização  dos mais variados tipos de programas com fim educacional.
· Aumento da atenção e motivação dos alunos, maior interesse;
· Estímulo ao desenvolvimento do raciocínio, através da elaboração de hipóteses e testes;
· Estabelecimento de uma relação bastante interessante e prazerosa com os conhecimentos e conteúdos;
· Acesso à informação através da internet;
· Melhora da produtividade no desenvolvimento dos conteúdos;
· Desenvolvimento da criatividade e autonomia;
CONCLUSÃO
Através deste trabalho, percebe-se que a implantação da informática na educação já atinge diferentes níveis de aprendizagem, iniciando-se na educação infantil, pois o computador é uma ferramenta capaz de auxiliar professores e alunos.
Mas o computador só se torna um instrumento precioso para o professor, se houver uma mudança de valores, atitudes, concepções e idéias, por parte do mesmo, e isto envolve um esforço contínuo de atualização e formação do profissional da educação, pois ainda se é possível encontrar professores que se recusam a usá-lo, alegando falta de tempo ou mesmo por desconhecerem suas vantagens.
Cabe ao professor um preparo para motivar os alunos a explorar, refletir e descobrir tudo aquilo que as tecnologias oferecem, cabe ainda a ele saber selecionar softwares adequados à aula bem como o desenvolvimento de atividades utilizando as ferramentas que estão disponíveis no computador, tornado assim às aulas mais inovadoras, ou seja, bem diferentes das aulas tradicionais.
Durante o desenvolvimento do trabalho, procurou-se unificar as habilidades e competências adquiridas durante o curso pensando em um trabalho interdisciplinar.     Durante esse processo percebeu-se que a unificação das ciências acaba por facilitar nas delimitações de objetivos, estratégia, desenvolvimento e avaliação do processo.
O trabalho teve inicio fazendo o percurso da historia da informática na educação no Brasil, explanando sua evolução e utilização. No capitulo subsequente focou-se um dos maiores movimentos de democratização tecnológica, o uso de softwares livres proporcionando a todas as classes sociais o acesso e permanência a essa ferramenta. Embora seja uma ferramenta acessível percebemos no capítulo seguinte que o uso que se faz da informática na educação, ainda hoje, não vai além de meros exercícios mecânicos que pouco desenvolvem habilidades e competências ligadas ao exercício do pensar, criar, traçar estratégias e inovar. O aluno está submetido a uma educação tradicional, massificante e maquiada por um ilusório toque de tecnologia. Ainda nesse capítulo comprovou-se através de relatos dos próprios educadores que o corpo docente não se sente capacitado a exercer tal função, o que ocasiona por muitas vezes desinteresse por parte dos alunos.
No quarto capítulo foram lançadas possibilidades didáticas para um ensino que caminha no sentido oposto ao que acontece nas escolas, viabilizando inúmeras alternativas para o que o professor consiga determinar um novo âmbito para as aulas de informática. Muitas das alternativas vão de encontro com propostas sustentáveis de economia de recursos naturais, como por exemplo, os deveres de casa realizados através dos blogs, ação essa que colabora em demasia com a economia de papel, entre outros citados nesse mesmo capítulo.
Para que não ficasse apenas no discurso nos dois capítulos posteriores apresentaram-se algumas ferramentas acessíveis para que esse trabalho se efetive.
Por fim foi possível perceber através das pesquisas realizadas que utilizadas de maneira coerente as novas tecnologias voltada para a educação colaborarão grandiosamente no campo cognitivo em estímulos de funções superiores tanto no corpo docente, como discente que revogarão o estado permanente de paralisia do pensar, aliando suas descobertas as tais ferramentas.

REFERÊNCIAS
JONASSEN, D. O Uso das novas tecnologias na educação a distância e a aprendizagem construtivista. Em Aberto: Brasília, ano 16 n. 70, abr/jun 1996 (p.70-88).
MORAN, José Manuel. Interferências dos Meios de Comunicação no nosso Conhecimento. INTERCOM Revista Brasileira de Comunicação. São Paulo, XVII (2):38-49, julho-dezembro 1994.

LEVY, P. Tecnologias da Inteligência: O futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993. 208p.

PASSERINO, Liliana. Avaliação de Jogos Educativos Computadorizados. Anais do TISE´98. Taller Internacional de Software Educacional, 1998. Disponível na Internet em: www.c5.cl/ieinvestiga/actas/tise98.

SANCHO, JUANA G. A Caixa de Surpresas: possibilidades educativas da informática. Revista Pátio Ano 3 Nº 9 Mai/Jul 1999. p 11-15.

VALENTE, José A. Diferentes Usos do Computador na Escola. Em Aberto, Brasília ano 12 Nº 57 jan/mar 1993. p. 3-16

ZACHARIAS, Vera Lúcia Camara F. Princípios didáticos do uso do computador. Disponível em < http://www.centrorefeducacional.com.br/utliza.html >.



[1]Nesse, momento da pesquisa refere-se ao trabalho de observação realizado em duas escolas, a primeira de ensino regular e outra de educação especial, cujos nomes não serão mencionados por questão ética.

sábado, 27 de agosto de 2011

Inclusão Educacional (Lilian Timóteo)


ATENDENDO A PEDIDOS SEGUE PARTE DO MEU PROJETO DE PESQUISA PARA QUE POSSAMOS NOS INQUIETAR, BRIGAR, E ENTENDER O MELHOR CAMINHO PARA ESSE PROCESSO.


1. INCLUSÃO E INTEGRAÇÃO: ANALOGIAS? ANÁLISE E CRÍTICA DAS TERMINOLOGIAS PRESENTES NA LINGUAGEM POLÍTICA BRASILEIRA


Após análises realizadas diante da política educacional brasileira, embasadas nas pesquisas já realizadas pelo autor Mazzota, no qual a presente monografia se apoiará bibliograficamente além de outros autores que tornem o texto mais crítico, reflexivo e comprove a veracidade da pesquisa; pode-se perceber a ambiguidade apresentada nos termos inclusão e integração na linguagem política quando refere-se aos educandos com necessidades educacionais especiais, a integração e a inclusão escolar, detalhando alguns pontos do Plano Nacional de Educação e da Resolução CNE no. 02/2001. Aos alunos com necessidades educacionais especiais, a integração e a inclusão escolar, detalhando alguns pontos do Plano Nacional de Educação e da Resolução CNE no. 02/2001.
Cabe destacar, de início, que a política educacional é somente uma das áreas das políticas sociais construídas segundo o princípio da igualdade de todos perante a lei. Assim, ainda que diferencialmente, abrange igualmente as pessoas de todas as classes sociais. Tem também como pilar outro princípio da democracia social que é a igualdade de oportunidades, cuja concretização demanda referência a situações específicas e historicamente determinadas.

      1.1 PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
Nas diretrizes para o ensino fundamental, o plano define prazo de cinco anos para sua universalização, considerando a indissociabilidade entre acesso, permanência e qualidade da educação escolar.
Entre os objetivos e metas consta a observância das metas estabelecidas pela educação especial, nos termos em que aparecem no capítulo a ela destinado. Estabelece o prazo de um ano para “elaborar padrões mínimos nacionais de infra-estrutura, incluindo adaptação dos edifícios escolares para o atendimento dos alunos ´portadores de necessidades especiais`” (MONTE; SIQUEIRA; MIRANDA, 2001, p.88).
Com relação à Educação Especial reitera que “a diretriz atual é a da plena integração das pessoas com necessidades especiais em todas as áreas da sociedade. Trata-se, portanto, de duas questões: o direito à educação comum a todas as pessoas e o direito de receber essa educação sempre que possível junto com as demais pessoas nas escolas ‘regulares” (Ibid., p.119). Assim, refere-se à integração e não à inclusão, bem como à educação comum e escolas regulares e não à educação e escolas inclusivas.
Referindo-se às pessoas com necessidades especiais, esclarece que tais necessidades “podem ser de várias ordens: visuais, auditivas, físicas, mentais, múltiplas, distúrbios de conduta e também superdotação ou altas habilidades”. Aqui ficam expressas condições individuais como necessidades especiais. Além disso, utiliza indiferenciadamente estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), como “em torno de 10% da população com necessidades especiais”, e dados estatísticos de matrículas de alunos com tal classificação recebendo atendimento na Educação Básica, em 1998, conforme informações do MEC/INEP. Denomina, também, tais alunos como “alunos especiais”. Tais afirmações revelam confusão entre alunos identificados ou rotulados como especiais em atendimentos especializados e alunos com deficiência, superdotação, etc. que estejam incluídos.

1. 2 DIRETRIZES
Nas diretrizes menciona uma escola integradora, inclusiva, que implica a participação da comunidade. Destaca que “a política de inclusão reorienta as escolas especiais para prestarem apoio aos programas de integração e registra como medida importante a garantia de vagas no ensino regular para os diversos graus e tipos de deficiências”. (Ibid., p.122). Portanto, identifica escola integradora com escola inclusiva e a política de inclusão objetiva, também, a integração de alunos com quaisquer deficiências.

Entre suas metas salientamos: - em até quatro anos, implantar ao menos um centro especializado, destinado a pessoas com severa dificuldade de desenvolvimento, em parceria com as áreas de saúde, assistência social, trabalho e organizações da sociedade civil; em cinco anos, garantir a generalização da aplicação de testes de acuidade visual e auditiva em todas escolas de educação infantil e ensino fundamental, em parceria com a área de saúde; em cinco anos, implantar e em dez generalizar o ensino de LIBRAS. Como tendências recentes dos sistemas de ensino são apontadas: integração/inclusão, quando possível; ampliação do regulamento das escolas especiais para prestarem apoio e orientação aos programas de integração, além do específico; melhoria da qualificação dos professores do ensino fundamental; expansão dos cursos de formação/especialização.

1.3 DIRETRIZES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA      EDUCAÇÃO BÁSICA

Da Resolução CNE No. 02, de 11 de setembro de 2001, destacamos os seguintes itens:
           Define os educandos com necessidades educacionais especiais como sendo os que apresentam: “dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares”; vinculada a uma causa orgânica específica ou relacionada a condições, disfunções, limitações ou deficiências; “dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, demandando a utilização de linguagens e códigos aplicáveis”; “altas habilidades / superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os leve a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes”.
            Estabelece que a identificação das necessidades educacionais especiais dos alunos deve ser realizada pela escola, com assessoramento técnico, mediante sua avaliação no processo de ensino e aprendizagem.
 Reitera que o atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais deve ocorrer em classes comuns, indicando que as escolas comuns devem garantir: professores comuns capacitados e professores de educação especial especializados; flexibilizações e adaptações curriculares; serviços de apoio especializado realizado nas classes comuns (“mediante: colaboração de professor especializado em educação especial, atuação de professores-intérpretes das linguagens e códigos aplicáveis e atuação de outros apoios necessários à aprendizagem, à locomoção e à comunicação”); extraordinariamente, classes especiais em caráter transitório, além de condições para reflexão e elaboração teórica da educação inclusiva. Estabelece, ainda, que o atendimento pode se dar, extraordinariamente, em escolas especiais públicas e privadas, em classes hospitalares e no domicílio. Refere-se à responsabilidade dos sistemas públicos de ensino pela “garantia do atendimento às necessidades educacionais especiais de seus alunos, observados os princípios da educação inclusiva”.
           Segundo Mazzota, alunos e escolas são adjetivados de comuns ou especiais e em referência a uns e outras são definidas necessidades comuns ou especiais a partir de critérios arbitrariamente construídos por abstração, atendendo, muitas vezes, a deleites pessoais de “experts” ou até mesmo de espertos. Alertemo-nos, também, para os grandes equívocos que cometemos quando generalizamos nosso entendimento sobre uma situação particular. Imprecisão conceitual sobre INTEGRAÇÃO e INCLUSÃO, ora empregadas com o mesmo significado, ora colocadas em oposição ou superação da integração pela inclusão.                       
         Dentre outras conseqüências, tal indefinição contribui para uma cisão entre “defensores” da integração e da inclusão, como se o próprio sentido de educação já não fosse a busca de integração ou inclusão social. Mais ainda, pois, como salienta Glat (1997), a integração não pode ser vista simplesmente como um problema de políticas educacionais ou de modificações pedagógico-curriculares na Educação Especial. Integração é um processo subjetivo e inter-relacional (GLAT, 1997, p. 199).
               Imprecisão no sentido e abrangência da EDUCAÇÃO ESPECIAL e da EDUCAÇÃO INCLUSIVA, ora colocadas numa relação de oposição, ora de superação ou incorporação, tanto nos textos legais e normativos quanto nos discursos de multiplicadores dessas idéias; com a conseqüente desqualificação da educação especial e dos profissionais que nela atuam como se fossem artífices de uma perversidade social e cultural. Tais circunstâncias contribuem para a evasão dos profissionais especializados, desestímulo à formação de novos professores especializados e desativação e extinção de cursos superiores de habilitação específica ou especialização. Além disso, o que é pior estabelece-se uma polarização na educação escolar entre classe comum e escola especial, provocando exclusão de numerosos contingentes de alunos do sistema escolar.
Quanto à qualificação dos professores, estabelece como requisito uma “formação em educação especial ou em suas áreas específicas”, sem a devida fundamentação.
 É possível observar o caráter contraditório da aplicação dos termos, quando realizadas as análises diante de tais documentos políticos. Frente a essas contradições é que se irá discorrer em relação a fragilidade da linguagem política que a ser desvelada, faz com que os profissionais da área, sejam criteriosos e investiguem a fundo fatores que irão influenciar direta e rigorosamente seu trabalho e atuação pedagógica, seja aquele atuante na escola regular ou na de educação especial. Principalmente no que diz respeito às mudanças que ocorrerão a partir da data estipulada no plano político educacional.
Logo se torna possível, fazer analogia com o termo educação inclusiva que vem transformando o olhar do público envolvido nesse contexto, pais, alunos, professores e instituições, especiais e regulares. O modismo do termo “escola inclusiva” tem acarretado a esse público, sérias e densas frustrações, pois, incluir[1] sem levar em consideração as reais particularidades de cada caso é um ato irresponsável que disfarça uma frustração de pais e familiares, que se vêm na ilusão de terem a oportunidade de não mais dependerem de uma instituição diferenciada,  e mesmo tendo receio da possível regressão desse educando, ignoram-na em prol do orgulho e busca de sua inserção social e de seu filho. De outro ponto de vista,  pela falta de recursos diferenciados, tanto no mobiliário quanto em estrutura física e profissional qualificada em atender a esse tipo de clientela no caso das  instituições regulares que disponibilizam esse tipo de atendimento de forma “ilusoriamente estruturada”, pois, a demanda da escola regular muitas vezes não comporta e concilia a atenção entre as duas clientelas. Nesse sentido será abordado um estudo de caso de professores de uma instituição de ensino regular como a citada a cima como forma de comprovar como costuma ocorrer esse atendimento citado acima como “ilusório”.
Diante das análises aqui esmeradas, torna-se possível um possível recomeço na trajetória em direcionar objetivos que sejam reais e possíveis da tal  educação especial dentro de um mundo inclusivo, ou como diria Mazzota, um mundo onde a escola, seja de “especial” inclusão.
        É partindo desse modo de pensar que serão traçadas as posteriores  abordagens sobre o tema que apresentará diferentes formas de incluir diante de um mundo e um país estatisticamente desigual. 






1.      [1] inserir, pôr, colocar para dentro
2.      compreender, tornar parte de