terça-feira, 13 de julho de 2010

COMPLEXIDADE, GLOBALIZAÇÃO E O PROCESSO EDUCATIVO

Por Lilian Timóteo







Torna-se um desafio à educação filtrar todas as informações trazidas por parte dos alunos e educadores, deve-se esse avanço pela globalização. Esta não é introduzida de maneira a aproximar as pessoas. Reafirma-se a relação aluno-cliente, e professores em busca de conforto profissional, pois a globalização conduz a humanidade apenas do ponto de vista do capital financeiro.






Na globalização, o conhecimento nem sempre se sugere a informar e sim a persuadir acerca das possibilidades e das prerrogativas de mercadoria, impossibilitando o planeta de ser divulgado, manuseando a humanidade; em lugar de explicar, confunde, impossibilita um conhecimento libertador. (SANTOS, M.2001)






Observa-se que se não houver engajamento em valorizar as ações e lutas do brilhante autor citado, o caráter filosófico da educação perderá seu lugar no âmbito educacional, pois a globalização que visa alienação vem invadindo esse campo reduzindo-o a base para os melhores empregos e maiores salários. Os “bons colégios” não são aqueles que preparam para a vida social e para a formação de cidadãos conscientes de seu estar no mundo, e sim aqueles que preparam para os vestibulares, para ingressos nas melhores universidades visando a superação de condições sociais. A educação tem tomado caminhos cada vez mais distantes da sua essência.






O período é determinado por esse caráter, a profissão de professor oscila entre dois modelos: o executor qualificado, mas dócil e o do profissional livre de seus métodos, que orienta sua ação e função de finalidades globais. Hoje em dia ensinar é fazer parte de um sistema e trabalhar em diversos níveis. O professor faz parte de um grupo com papel coletivo no espaço da equipe, do estabelecimento de ensino e da coletividade, além do espaço exclusivamente pedagógico e didático.






A educação, a sociedade, os pais, os educadores perderam o norte. Somos seres complexos, diluídos, fragmentados, essas características acentuadas pela Revolução Cientifica e Industrial, pelo advento da primeira e segunda guerra mundial, que nos trouxe a certeza que não estamos acima do bem e do mal e sujeitos a finitude.


Muito mais que disciplinas curriculares, cumprir programas, os quais muitas vezes não são condizentes com a realidade do educando; cabe ao educador/pesquisador refletir e encontrar o eixo onde esses seres contraditórios possam viver em harmonia, produzindo formas de vida no planeta.






Agora que estamos descobrindo o sentido de nossa presença no planeta, pode-se dizer que uma história universal verdadeiramente humana está, finalmente, começando. A mesma materialidade, atualmente utilizada para construir um mundo confuso e perverso, pode vir a ser uma condição da construção de um mundo mais humano. Basta que se completem as duas grandes mutações ora em questão: a mutação tecnológica e a mutação filosófica da espécie humana. (SANTOS, M. 2001)






Partindo desta afirmação pode-se despertar a esperança de um resgate da história real de nosso tempo tornando provável a retomada do modo sólido a imagem e utopia dos planos educacionais, fazendo das séries iniciais um lugar de conhecimento e prazer em construir saberes.

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